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Foto do escritorMV Giovana F. Esmanhoto Arazaki

Como escolher comedouro para pets?



Assim como a comida, também é muito importante ficar de olho na hora de escolher o potinho para o seu pet. Mas na hora que estamos no pet shop são tantas opções de cores, formatos, materiais… que é normal qualquer um ficar perdido! Para isso, elaborei esse guia de como escolher o comedouro adequado para o seu pet!



Sobre o material:


Esse é o primeiro filtro que você deve fazer. Apesar de fazerem sucesso por conta do preço e estarem disponíveis em todos os formatos, cores e modelos, os potes de plástico não são o ideal.


Isso porque ao longo do tempo, com a lavagem, vão se formando pequenas ranhuras na superfície do pote. Isso permite o acúmulo de resíduos de gordura e bactérias no material, o que impede a higienização adequada.


Além disso, o plástico libera substâncias tóxicas para a comida e a água. Isso é seríssimo!

Um desses compostos tóxicos é o famoso BPA (Bisfenol A), que vem sendo amplamente estudado na saúde humana. Inclusive, já foi comprovado que ele prejudica a saúde, pois age como um disruptor endócrino: sua composição é tão parecida com um hormônio esteroidal, que "confunde" o nosso organismo, podendo levar a desequilíbrios hormonais e anomalias no sistema reprodutor. Além do BPA, também existem outros compostos nocivos no plástico, então usar apenas um plástico livre de BPA não resolve.


Outro material que não é interessante para a saúde dos animais, mas também é encontrado com frequência em pet shops, é o alumínio. Isto porque esses comedouros liberam o próprio alumínio para a água e comida e aí temos outro problema!


O alumínio é um metal pesado que se acumula no organismo e possui efeitos nocivos para a saúde das pessoas: está relacionado a doenças cognitivas degenerativas, doenças auto imunes e dermatológicas. É possível que esse acúmulo também seja prejudicial aos pets.



Então qual seria o melhor material?


O ideal é utilizar comedouros de inox, vidro ou porcelana (louça comum), pois esses materiais podem ser completamente lavados e não liberam toxinas para a comida. Ou seja, pode ser tanto um pote de inox super chique de pet shop, quanto uma tigela de vidro de R$ 10,00!


Não precisa ser caro, mas sim adequado para o seu pet.


Claro que é preciso pensar em segurança também: se o seu pet é desses que gosta de pegar o comedouro e sair desfilando pela casa, evite vidro e porcelana pois podem quebrar. Nesse caso, prefira as tigelas de inox.



Sobre o tamanho


Também é preciso ficar atento ao tamanho do comedouro. É muito comum que o tutor coloque um comedouro grande, mesmo que seja um cão pequeno, e, na hora da refeição, acaba colocando mais comida do que o cachorro precisa, só para encher o pote. A prática, às vezes, é até inconsciente, mas pode levar os pets a quadros de sobrepeso e obesidade.


Por isso, o ideal é que seja um pote adequado ao tamanho do cãozinho. Ou seja, se é um comedouro pequeno para cães pequenos; comedouros grandes para cães grandes.



Altura também é importante


A altura também é um item importante para ficar de olho ao comprar um comedouro, principalmente para os cachorros de raças gigantes (ex dogue alemão). Isto porque, cachorros de grande porte precisam ficar forçando a ida até o chão para comer e isso faz com que eles desenvolvam alterações na coluna, principalmente na cervical.


Independente do porte, tomar mais cuidado com cães de idade avançada ou que tem qualquer tipo de doença articular, já que eles têm mais dificuldade para se abaixar para comer.


Fique atento a altura do potinho para o seu cachorro (Foto: Animalart)


Cães jovens, saudáveis e ativos, o comedouro pode ficar no chão mesmo. Mas para cães com doenças articulares, senis ou muito altos, o ideal é que o comedor fique em uma altura entre o cotovelo e o ombro do cão, mais ou menos na região do peitoral. A altura do cotovelo tem que coincidir com o fundo do pote do cachorro.


Para isso, uma dica é servir a comida em um degrau da casa, sobre uma caixa ou mesinha. Hoje em dia é possível encontrar diferentes modelos em lojas online e petshops, que inclusive tem a altura regulável.



Dica extra:


Coloque um tapetinho de borracha (tapete rosa da foto) embaixo do comedouro, para o pet não escorregar ("abrir as patinhas da frente") enquanto se alimenta.



Comedouro alto com tabete de borracha

E para os gatinhos?


Para gatinhos, também tem algumas orientações importantes na hora de escolher o comedouro. O ideal é que sejam testados vários tipos de comedouros para ver como cada gato se adapta, já que ele tem gostos particulares.


Mas, em geral, o que eles costumam preferir, são potes com a boca larga, por conta das vibrissas (ou os bigodinhos, como são mais conhecidas). Isto porque quando elas tocam no pote, fica incômodo para eles. Então, se deixar aquele pote com bordas altas, eles tendem a não comer direito, principalmente o que vai para os cantinhos, porque encosta o bigode ali e isso o incomoda.


Por isso, o certo é escolher potes com a borda baixa e com a boca bem larga.


Além disso, é importante que o fundo seja côncavo, como se fosse uma colher, para que a comida sempre caia para o centro do comedouro. Se colocar potes que não são côncavos, mas que tem o formato quadrado (com uma borda que vai até o fundo e fica reto no chão e sobe de volta), é comum que o gato deixe a comida em todos os cantinhos e queira comer só o que tá no meio, justamente porque vai encostar os bigodes nas laterais. Por isso é bom evitar esse tipo de formato.


Exemplo de comedouro para gatos

Já em relação ao bebedouro, os gatos costumam preferir água corrente e fresca, por isso é mais interessante usar uma fonte. Outra dica é colocar o comedouro e o bebedouro em superfícies altas.


Todas essas orientações atendem a maioria dos gatinhos. Mas cada bichano tem suas particularidades! Cabe ao tutor testar diferentes opções e descobrir o que o seu bichano prefere!



Comedouros lentos e interativos


Para cães que comem muito rápido (chegando às vezes a regurgitar a comida) ou mesmo com o objetivo de enriquecer o ambiente, outra opção é não usar um comedouro convencional, e sim um comedouro lento ou um brinquedo! Além de prover uma alimentação mais lenta, também serve como enriquecimento ambiental, porque estimula o cão a pensar como ele tem que tirar a comida de dentro.


O ponto negativo, é que os comedouros lentos, aqueles com reentrâncias para dificultar a pegada do alimento, normalmente são feitos de plástico. Aí não tem como fugir do plástico mesmo. O negócio é lavar com cuidado, sempre com o lado macio da esponja e descartar o comedouro quando estiver com arranhaduras.


Um dos brinquedos que mais gosto é o kong clássico. Ele é oco por dentro e pode ser recheado com comida, seja um petisco para brincar ou entreter, ou a própria refeição do dia. Além de comer lentamente, o pet fica entretido por mais tempo.


Existem vários tamanhos apropriados para cada cão, assim como modelos e cores. O kong preto, por exemplo, é feito com uma borracha especial para cães com mordedura forte e que destroem tudo.


Mas, além dos brinquedos do pet shop, você também pode utilizar material de casa, como toalha ou caixa de papelão, para fazer o comedouro lento. O que não falta é ideia para estimular e ajudar na digestão desses animais!



Sobre a limpeza dos comedouros:


Independentemente do material que é feito o comedouro/bebedouro, é necessário higienizar corretamente. Restos de alimentos e mesmo a saliva contém materiais biológicos que podem levar a proliferação de bactérias como E.coli, Salmonella e Staphylococcus aureus, todos potencialmente agressores à saúde dos animais e das pessoas que convivem com eles.


Um estudo desenvolvido pela Hartpury University (UK) em 2018, analisou a formação de biofilme em comedouros de plástico, porcelana e inox, com o intuito de descobrir qual material seria mais seguro biologicamente. Aisling Carol, que conduziu o estudo, explica:


“Encontramos uma maior quantidade de bactérias em tigelas de plástico ao longo. Porém, espécies bacterianas mais prejudiciais, como a E.coli e MRSA, foram identificadas com mais frequência em potes de cerâmica."

Podemos concluir que, mesmo os materiais de mais qualidade, se não lavados apropriadamente, podem se tornar fontes de infecção alimentar. Então, o jeito é higienizar corretamente os comedouros e bebedouros dos pets!


Com que frequência?


Lave com a mesma frequência que você lava o seu prato! Sujou o potinho? Hora de lavar!


O ideal é que o comedouro seja limpo após cada refeição, com água e uma esponja não abrasiva com detergente neutro. Já o pote de água, pode ser lavado uma vez por dia.


Lave os comedouros com apenas com água corrente, detergente neutro e esponja não abrasiva

Para comedouros de inox, vidro e porcelana é possível utilizar água quente para lavar, se preferir. Porém o mesmo não é recomendado para comedouros de plástico, pois é em temperaturas altas ou baixas que há uma liberação maior de compostos nocivos do material.



Referências


BECKER, Dr. Karen. How often should you wash your pet's food bowl? Disponível em: https://healthypets.mercola.com/sites/healthypets/archive/2017/06/24/pet-food-bowls.aspx. Acesso em: 27 jul. 2021.


VERDE, Cachorro. Comedouros e Bebedouros. Disponível em: https://www.cachorroverde.com.br/comedouros-e-bebedouros/. Acesso em: 27 jul. 2021.


TOMZA-MARCINIAK, Agnieszka; PILARCZYK, Bogumiła; BąKOWSKA, Małgorzata; LIGOCKI, Marek; GAIK, Marcelina. Lead, Cadmium and Other Metals in Serum of Pet Dogs from an Urban Area of NW Poland. Biological Trace Element Research, [S.L.], v. 149, n. 3, p. 345-351, 4 maio 2012. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1007/s12011-012-9433-6.


ANIMALART. Por que a altura correta é tão importante? Disponível em: https://www.animalart.com.br/altura-correta/. Acesso em: 02 ago. 2021.


Wright, C., & Carroll, A. (2018). Microbiological Assessment of Canine Drinking Water and the Impact of Bowl Construction Material. Poster session presented at 69th Annual Meeting of the European Federation of Animal Science, Dubrovnik, Croatia. Disponível em: https://www.hartpury.ac.uk/news/2018/09/life-threatening-bacteria-thrives-in-pets-water-bowls-hartpury-experts-discover/



MV Giovana F. Esmanhoto Arazaki

Médica Veterinária

CRMV-PR 15.170

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