O seu cachorro apresenta episódios em que vomita um líquido amarelo e levemente espumoso, que ocorre, geralmente, pela manhã?
Esse tipo de vômito é chamado vômito biliar ou bilioso, que acontece após um tempo de jejum prolongado!
O que causa o vômito biliar?
A bile é um líquido produzido pelo fígado e fica armazenado na vesícula biliar. Uma das funções desse líquido é ajudar na digestão do alimento, então ele é liberado no duodeno (o comecinho do intestino) para agir sobre o alimento assim que ele sai do estômago. Quando o estômago do cãozinho fica muito tempo sem receber alimento, não se tem o que digerir, então a bile acaba irritando a mucosa (que está desprotegida sem o alimento) e volta, provocando esse vômito. Ou seja, o líquido amarelo é o conteúdo biliar.
Como resolver esse problema?
Para corrigir isso, a primeira estratégia a ser tentada é mudar os horários ou a frequência das refeições do cão.
Em geral, cachorros adultos e saudáveis, podem fazer apenas duas refeições por dia. Há cães que ficam bem com uma única refeição diária também.
Mas, cães que têm o estômago sensível, se comerem só duas vezes, podem acabar demonstrando esse tipo de vômito. Por isso, nesses casos, o ideal é aumentar a frequência, fracionando a comida em três ou quatro refeições ao dia, diminuindo assim o tempo de jejum.
Se o animal está vomitando pela manhã ou de madrugada, que é o mais comum, é porque o tempo entre o "jantar" (última refeição do dia) e o "café da manhã" (primeira refeição do dia) seguinte está muito longo. A recomendação é fazer a primeira refeição mais cedo ou, então, a última refeição mais tarde, procurando deixar o pet em jejum por um período no máximo oito a dez horas durante a noite.
O tempo de jejum que um cão tolera é muito individual. É preciso ajustar os horários e frequência de refeição até descobrir o que funciona bem para cada um.
Se o seu cão tem um estômago muito sensível, pode ser que ele tenha que fazer até cinco refeições por dia, com uma comida bem fracionada, pelo menos até que ele se adapte e você consiga reduzir a frequência novamente.
Outra conduta que ajuda é facilitar a digestão: servir alimentação natural de fácil assimilação e triturar a comida são alguns exemplos.
"Mudei os horários mas ainda não resolveu. E agora?"
Se com esse simples manejo de horários o vômito biliar persistir, procure o veterinário que acompanha o seu pet para investigar outras causas possíveis para esse quadro.
Além disso, é fundamental diferenciar esse tipo de vômito, que geralmente tem a ver com a frequência alimentar, de outros tipos que o cão pode ter, como aquele que vem com algum conteúdo alimentar. Quem pode te ajudar a avaliar o que está acontecendo é o seu veterinário de confiança.
MV Giovana F. Esmanhoto Arazaki
Médica Veterinária
CRMV-PR 15.170
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