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Foto do escritorMV Giovana F. Esmanhoto Arazaki

11 Dicas para Cuidar das Articulações do seu Cão



Doenças articulares estão cada vez mais comuns em cães. Infelizmente, é difícil encontrar um paciente acima dos 8-10 anos de idade que ainda tenha todas as articulações saudáveis. Por isso é importante tomar alguns cuidados ao longo da vida do seu pet para, de forma preventiva, evitar o desenvolvimento ou pelo menos retardar o aparecimento dessa condição, que afeta diretamente a qualidade de vida do seu animalzinho.



Sendo assim, separei onze dicas essenciais para ajudar nas articulações do seu animalzinho. As dicas valem tanto para cães jovens, como forma de prevenção, como para os mais velhos, que já têm algum tipo de doença articular, como artrose, displasia do quadril ou luxação da patela.



1º Mantenha um peso saudável


É primordial para a saúde das articulações que o pet se mantenha magro, com aquela cinturinha visível e que seja possível palpar as costelas com facilidade. Isto porque o excesso de peso leva a uma sobrecarga tanto física quanto bioquímica nas articulações.


Deixa eu explicar como funciona: com uma sobrecarga física, as articulações acabam tendo que suportar um peso maior do que elas estão preparadas. Já a bioquímica ocorre quando as células adiposas aumentam e com isso tem seu metabolismo alterado, deixando de produzir substâncias normais e começam a produzir citocinas inflamatórias, que são atraídas para uma região do corpo onde já acontece uma inflamação do corpo, como nas articulações que estão inflamadas.


Ou seja, além do sobrepeso sobrecarregar fisicamente, ele também atrai essas citocinas inflamatórias, o que aumenta a inflamação local.


Para controlar o peso do seu pet, é essencial intervir de forma dietética. Seja com ração obesity/saciety ou uma dieta natural hipocalórica. Ambas devem ser prescritas por um médico veterinário capacitado, que vai acompanhar o processo de emagrecimento. Na minha experiência como veterinária atuante na área de nutrologia animal, vejo que é mais fácil manter os pacientes no peso saudável quando comem alimentação natural, porque é possível fazer uma dieta com baixo índice glicêmico e rica em fibras com essa finalidade. Mas claro que independente da dieta, é importante que ela seja seguida à risca para que tenhamos resultado.



2º Adapte a casa


Na natureza não existe piso liso como o nosso porcelanato e assoalho. Cães não foram feitos para ficar em superfícies assim e, por isso, para se manter em pé nesse tipo de piso, precisam forçar mais as articulações do que se estivesse na grama, por exemplo.


Se o seu cão fica boa parte do tempo em pisos de madeira, porcelanato ou cerâmica, que costumam ter em casas ou apartamentos, é interessante colocar tapetes de borracha pelos cômodos, pelo menos nos lugares onde o cão mais fica. Eles são fundamentais, por exemplo, em lugares em que ele gosta de correr, derrapa/escorrega ou arranca para sair correndo.


O tapete também é importante no local onde está o pote de comida, para quando ele se abaixar para comer, o cachorro não fique "escorregando com as patinhas da frente". Ao redor da caminha do cão, também é interessante ter esse tipo de tapete.



3º Evite escadas lugares altos


É muito importante que o cão evite ficar subindo e descendo em lugares altos, principalmente cães de raças pequenas. A cada salto que ele dá, a coluna faz um movimento de chicote, o que causa uma sobrecarga nos discos invertebrais, que são como "almofadinhas" entre as vértebras, para amortecer impactos.


Quando o cão é jovem, ele tem disposição e não sente nada. Porém, conforme ele envelhece, esses discos vão ficando cada vez mais comprimidos, até que um dia, ao descer da cama, por exemplo, force demais e provoque uma hérnia de disco. Se isso acontecer, é muito mais complicado, porque dependendo do caso tem que operar e/ou fazer fisioterapia com acupuntura.


Além disso, o paciente pode não conseguir controlar a micção e as fezes, ficando com incontinência, além de não andar… ou seja é um problema muito mais grave, e que vai te exigir muito mais tempo e trabalho e que pode ser prevenido, simplesmente por evitar que o cão desça desses lugares.


O problema maior não é subir, pois subir exige mais força muscular. Porém o ato de descer é muito prejudicial, já que ele traz grande impacto para a coluna e os membros anteriores.


Diante desse cenário, temos duas opções: não acostumar o cão a subir na cama sofá, dando atenção a ele somente quando está no chão; ou se ele está acostumado a subir nesses locais, e você quer conviver com ele dessa forma, coloque uma rampinha, para que ele possa subir por ali com segurança. A escadinha também é uma opção, mas alguns pets não se adaptam a ela porque os degraus são muito curtos, e eles não conseguem ficar com as quatro patas no mesmo patamar.


A escada convencional também deve ser evitada. Por isso, para que ele não fique descendo, coloque um portãozinho desses de bebê ou pegue no colo, se for o caso.



4º Cuide da tosa das patinhas


Para os cachorrinhos que tem pelo longo, é preciso cuidar da tosa das solas do pé e da mão. Se deixar esses pelinhos crescendo, como se fosse uma "pantufinha", o

cão não consegue apoiar adequadamente no chão, e escorrega, o que prejudica as articulações. Imagine você utilizando aquela meia de lã num piso de madeira. É essa sensação que o seu cão teria 100% do tempo.



Então a dica é pedir para o pet shop tosar o pelo entre os dedinhos na sola dos pés e das mãos com regularidade, para não deixar ficar comprido.



5º Use um comedouro elevado


Outra dica é usar um comedouro elevado, ou seja, um potinho que seja adequado a altura de cada cão, para não forçar a coluna quando ele for se alimentar.


Para cães saudáveis, não é necessário. É até mais interessante colocar a comida em brinquedos e esconder pela casa para eles. Mas para cães muito idosos ou com qualquer alteração articular, é importante fazer essa adaptação.


Para cães muito grandes como o dogue alemão, essa medida pode ser adotada antes mesmo de apresentar qualquer alteração articular.


6º Cuidado com a temperatura


A temperatura também é um item em que se precisa ter cuidado, principalmente para cães que já têm problemas articulares. Os dias frios, por exemplo, são prejudiciais aos animais que têm dores nas articulações.


Para esses pets, é importante garantir que eles estejam dormindo em um local quentinho, que tenha bolsinha de semente, tapete de borracha embaixo da cama e tudo o que for necessário para isolar o frio que vem do chão nos dias mais gelados.



7º Considere utilizar uma caminha ortopédica


Se o seu cão já tem uma doença articular instalada, considere utilizar uma caminha ortopédica, para cães, já que elas são mais firmes. Elas possuem um colchão tipo caixa de ovo, que ajuda a aliviar a pressão nas articulações enquanto o cão está deitado.



8º Dieta adequada



Uma dieta natural, que tenha um perfil anti inflamatório, também é muito benéfica.


Ossos carnudos, presentes nas dietas cruas com ossos, são fontes abundantes de colágeno in natura. Assim como pés de galinha! Veja a receita da geléia de pés de galinha e aprenda a fazer esse complemento poderoso em casa.


O caldo de ossos caseiro também fornece minerais importantes para a saúde dos ossos e articulações.


Outra cuidado é usar complementos articulares via oral. Alguns exemplos são o colágeno hidrolisado, glucosamina, curcumina e o fitoterápio Bowellia Serrata.


Antes mesmo do paciente apresentar algum tipo de dor, já se pode entrar com esses complementos para ajudar a manter a saúde das articulações. Consulte seu veterinário sobre o momento ideal para o seu pet.


Vale a observação de que alguns alimentos não são indicados para cães que têm doenças articulares. Eles fazem parte da família das solanáceas, como a batata inglesa, tomate, pimentão e berinjela. Todos eles têm um alto teor de solanina que, em humanos, já foi identificado que prejudica as articulações em quem já tem a doença instalada. Dessa forma, é bom evitar o consumo desses alimentos, deixando-os para situações esporádicas.



9º Diga não ao sedentarismo!


Quando o cão é jovem nós temos o metabolismo ao nosso favor, já que é fácil ganhar massa muscular. Por isso é muito importante ter a prática de caminhar diariamente para que o pet tenha uma musculatura saudável. Isso ajuda para que, lá na frente, quando o metabolismo mudar, tendendo a perder massa magra e ganhar massa gorda, ele já tenha uma boa quantidade de massa muscular, sendo necessário só mantê-la.


Se o cachorro não tem tônus muscular adequado, quem precisa sustentar o peso e os movimentos são as articulações e isso não é saudável. A musculatura deveria estar ali justamente para proteger as articulações, para que elas não fiquem sobrecarregadas.


Movimentação através de caminhadas leves é saudável para cães de todas as idades. Isso ajuda a lubrificar as articulações, além de manter esse tônus muscular.


Ou seja, se ficar parado é pior, porque a musculatura atrofia e a articulação não lubrifica, o que faz com que o cão pareça "enferrujado".


Para cães que já têm alguma doença articular instalada, sempre é preciso consultar um veterinário ortopedista ou fisioterapeuta, para atestar se o cão está apto a fazer atividade física e qual a duração e intensidade do exercício.


E lembre, o passeio é mais pro cão, do que pra você: quem dita o ritmo é sempre o cão!



10º Faça uma avaliação com um fisioterapeuta


Outra coisa importante é fazer uma avaliação com um fisioterapeuta, mesmo em cães que ainda não apresentam problemas nas articulações. Isso é importante para verificar se elas estão saudáveis, se tem alguma que merece maior atenção e se já não é o caso de fazer fisioterapia para criar massa muscular e proteger essa articulação que pode causar algum tipo de problema lá na frente.


Algumas raças são mais predispostas ao desenvolvimento de displasia de cotovelo, de quadril ou luxação de patela. Por isso é bom tentar prevenir, cuidando do ambiente e da massa muscular, para evitar que isso venha a acontecer no futuro.


Se o cão já tem uma doença articular conhecida, é ainda mais necessário conversar com um fisioterapeuta, para ver o que é possível fazer, antes que ela avance e seja necessária a cirurgia.



11º Acupuntura


A acupuntura é um dos ramos da medicina tradicional chinesa. Ela pode ser empregada em cães saudáveis, para manter o organismo em equilíbrio e também com o intuito de prevenir doenças articulares que a raça é predisposta, por exemplo.


Para aqueles pacientes que já têm dores articulares, a acupuntura é uma excelente forma de controlar a dor, principalmente para pacientes idosos que, muitas vezes, não podem receber medicamentos alopáticos porque sobrecarregam os rins e o fígado. A acupuntura, associada a fisioterapia, é uma forma de controlar a dor nesses pacientes, sem ter efeitos colaterais.




MV Giovana F. Esmanhoto Arazaki

Médica Veterinária

CRMV-PR 15.170

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